O edifício dos Paços do concelho em Vila Nova de Famalicão associa-se a partir desta quinta-feira às mais de duas dezenas de escolas, associações, hospitais e outras instituições famalicenses que, durante este mês de abril, vão exibir um laço azul nas suas fachadas, como símbolo da prevenção dos maus tratos infantis. Esta é uma das iniciativas mais visíveis da campanha lançada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em colaboração com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) para assinalar o Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância.
A iniciativa tem como objetivo consciencializar a comunidade para o seu papel na prevenção do abuso infantil, bem como promover nas famílias o exercício de uma parentalidade positiva, sem recurso à violência verbal ou física. “Páre! Mude Vidas” é o slogan da campanha.
Entre as ações previstas está a realização de várias operações stop informativas sobre os direitos das crianças promovidas pelas escolas do concelho em colaboração com as autoridades policiais, como a GNR e a PSP. No dia 20, pelas 9h30, a ação realiza-se no Centro Escolar de Antas e pelas 14h30, na Escola Básica das Lameiras. No dia 21, a operação decorre pelas 9h30, na Escola de Gavião e no dia 28 na Escola de Lousado também pelas 9h30.
Entretanto, ao longo de todo o mês irão decorrer ações de sensibilização junto das escolas e IPSS sobre o modo de funcionamento, intervenção e competências da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, bem como para capacitar as crianças para o conhecimento dos seus direitos e diferentes tipos de maus tratos.
Todas as crianças do 1.º ciclo do ensino básico do concelho levarão para casa um calendário de afetos, que promove a parentalidade positiva, com pequenos conselhos para todos os dias do ano. São gestos simples e fáceis de adotar pelos pais e familiares, como, por exemplo elogiar uma tarefa desempenhada, brincar ao jogo preferido, atribuir uma tarefa de responsabilidade, abraçar e verbalizar o seu amor.
Refira-se que a campanha do Laço azul iniciou-se em 1989, na Virgínia, E.U.A. quando uma avó, Bonnie W.Finney, amarrou uma fita azul à antena do seu carro, esta pretendia ser questionada do porquê do seu ato, pois assim relataria o infortúnio de ter assistido à morte do neto, vítima de violência infligida pelos pais, sensibilizando as pessoas para os maus tratos contra as crianças e jovens. Esta avó escolheu a cor azul porque não queria esquecer os corpos batidos e cheios de nódoas negras dos seus dois netos. O azul servir-lhe-ia como um lembrete constante para a sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.
A história de Bonnie Finney demonstra como o efeito da preocupação de um único cidadão pode ter no despertar das consciências do público, em geral, relativamente aos maus-tratos contra as crianças, na sua prevenção e na promoção e proteção dos seus direitos.