Carlos Silva, Secretário-geral da UGT, está muito bem impressionado com a força económica de Vila Nova de Famalicão, em particular, com os valores do desemprego. “Encontrar neste concelho uma taxa de desemprego muito inferior à média nacional é sinal de que há aqui uma forte industrialização. Reindustrializar é voltar a industrializar e em Famalicão essa questão não se coloca, e muito bem. É um concelho que continua a apostar na indústria, a criar emprego e a permitir que as pessoas se fixem, sejam naturais ou não de Famalicão. Como é que isso é possível? Com investimento, com apoios estruturais, nomeadamente por parte do município, que faz todo o seu trabalho político junto da Administração Central, como nós fazemos”, afirmou esta segunda-feira, 30 de janeiro, precisamente no dia em que o IEFP revelou que o desemprego voltou a recuar em Famalicão. Eram 5.523 os desempregados inscritos em dezembro de 2016, contra os 5.849 em setembro desse ano.
O dirigente sindical esteve em Famalicão para participar numa visita de trabalho à Continental Mabor promovida pelo SINDEQ – Sindicato das Indústrias e Afins, representado por Osvaldo Pinho, com o principal propósito de auscultar os trabalhadores e perceber a realidade laboral do maior fabricante de pneus do país.
Após esta visita, e a convite do Presidente da Câmara Municipal, os responsáveis da UGT e do SINDEQ reuniram-se com Paulo Cunha nos Paços do Concelho – uma reunião em que o edil famalicense deu a conhecer a realidade económica do concelho, abordando temas como as exportações, o desemprego e a qualificação de recursos humanos, em relação aos quais Vila Nova de Famalicão ostenta indicadores muito positivos no contexto nacional, e de que Carlos Silva tomou boa nota.
O líder da UGT falou também do problema das acessibilidades para afirmar que “não é compreensível que este concelho, com fortíssima componente industrial e empresarial, com empresas com grande capacidade exportadora, tenha ainda estradas que são praticamente do início do século XX”.
Voz legítima na defesa dos interesses dos trabalhadores, Carlos Silva disse ainda que “a grande capacidade exportadora do concelho famalicense e até os trabalhadores saem prejudicados” com a ausência de alternativa à Nacional 14. “A Continental Mabor tem centenas de camiões, todos os dias, a passarem por estradas estreitíssimas”, observou, garantindo: “A Câmara de Famalicão tem na UGT mais uma voz para, com o Governo, discutir e aprofundar a necessidade de uma aposta do Estado ao nível das acessibilidades”.
Carlos Silva considerou esta jornada em Famalicão “muito positiva e proveitosa”, até porque “ajudou a preparar melhor os combates sempre difíceis com o governo e as confederações empresariais” em sede da concertação social.
Paulo Cunha destacou igualmente a questão do desemprego. “Pudemos nesta reunião partilhar formas que devem ser utilizadas para uma abordagem direta e positiva ao desemprego no nosso concelho. Felizmente, Famalicão passou a fazer parte do número reduzido de municípios que é notícia por estarem abaixo da média nacional. Nós – concelho, Câmara Municipal, empresas, entidades de formação, trabalhadores, empresários – conseguimos, em apenas três anos, passar de uma taxa de desemprego de 15% em 2013 para cerca de 8% em 2016”.
O autarca disse ainda ter ficado “satisfeito por a UGT partilhar da preocupação da Câmara Municipal”, no que concerne à EN14, constatando a atenção que estas entidades sindicais têm pelos problemas que afetam os trabalhadores. De resto, o Presidente da Câmara de Famalicão felicitou a UGT e o SINDEQ “pela forma positiva e construtiva como exercem ação sindical”.