Famalicão, Braga, 21 jan (Lusa) - A “loja do futuro” criada por um centro tecnológico de Vila Nova de Famalicão, onde é possível, nomeadamente, experimentar roupa sem ter de a vestir, conquistou hoje empresários têxteis da Galiza, que já admitem importar aquela tecnologia.
“É uma tecnologia do mais avançado que há, que torna os pontos de venda mais atrativos e que possibilita aos empresários uma melhor gestão dos produtos”, disse o secretário-geral da Confederação das Indústrias Têxteis da Galiza. Segundo Alberto Rocha Guisande, “parece inevitável” que aquela “loja do futuro” comece a ser instalada na Galiza a curto prazo, “face a todas as suas potencialidades”.
Concebida pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), em parceria com mais cinco entidades, a “loja virtual” ficou concluída em dezembro e apresenta uma série de funcionalidades, entre as quais uma cabine de prova inteligente, com um “espelho mágico” que permite experimentar a roupa sem ter a vestir.
Esta cabina de prova permite ao cliente ver-se ao espelho com várias peças de roupa, mas sem ter de as vestir.
Inteligente é também a montra, que reconhece imediatamente o sexo e a faixa etária da pessoa que se colocar perto dela e que exibe o catálogo dos produtos existentes na loja para aquele potencial cliente. As prateleiras primam igualmente pela inteligência, já que quando alguém pega num artigo lá exposto elas fornecem imediatamente uma série de informações sobre a peça.
No fundo, como explicou fonte do CITEVE, todas as funcionalidades da loja permitem potenciar a gestão, fornecendo toda uma série de indicadores, como, por exemplo, o número de clientes que experimentaram determinada peça e acabaram por não a comprar.
No total, a “loja do futuro” tem cinco módulos, que podem ser adquiridos em pacote ou de forma individualizada, consoante as necessidades e as especificidades de cada posto de venda.
Segundo a fonte do CITEVE, a tecnologia “já suscitou a curiosidade” de vários empresários, mas ainda não foi comercializada.
O CITEVE foi hoje visitado por um grupo de empresários e agentes têxteis da Galiza, numa iniciativa do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Galiza-Norte de Portugal.
O objetivo é fortalecer o cluster têxtil-moda transfronteiriço”, através de um melhor conhecimento mútuo das entidades públicas, das empresas de ambas as regiões e dos centros de competências de apoio ao setor.
Têxtil exportou 4,6 mil ME em 2014, Galiza foi um dos principais clientes
O valor das exportações portuguesas no setor têxtil e do vestuário ascendeu, em 2014, a 4,6 mil milhões de euros, tendo a Galiza sido um dos principais clientes, com compras avaliadas em mais de mil milhões de euros, foi hoje divulgado.
Segundo o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, Espanha foi, em 2014, o destino de mais de 30 por cento das exportações portuguesas do setor, num valor de 1,5 mil milhões de euros.
“Deste valor, mil milhões de euros referem-se a exportações para a Galiza”, referiu, destacando entre os clientes a Inditex, um grupo com sede em Arteixo, na Corunha, composto por centenas de empresas da área do design, fabrico e distribuição de produtos têxteis.
João Costa falava durante uma visita de empresários têxteis da Galiza ao Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), em Vila Nova de Famalicão.
Organizada pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Galiza-Norte de Portugal, a jornada incluiu ainda visitas a duas empresas têxteis do Minho.
“O objetivo é fortalecer o ‘cluster’ têxtil-moda transfronteiriço”, explicou o secretário-geral da Confederação das Indústrias Têxteis da Galiza, Alberto Rocha Guisande, sublinhando que esta é uma parceria que “já vem de há muitos anos”.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Emídio Gomes, referiu que o têxtil “é um setor prioritário” nas relações económicas com a Galiza. “O que nos motiva é ajudar a economia”, afirmou.
Posição partilhada pelo presidente do Instituto Galego de Promoção Económica, Abel Veiga, que apontou Portugal como “o sócio prioritário” daquela região autónoma de Espanha.
Ainda no decorrer do primeiro trimestre deste ano, empresários portugueses do têxtil e vestuário retribuirão esta visita dos galegos.
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