“Sísifo (De nenhum fruto queiras só metade)” é o título da exposição do médico-escultor Francisco Goiana da Silva que está patente ao público no Foyer da Casa das Artes até 30 de junho próximo. Inédita, “esta exposição é uma prova de resiliência inspirada num poema de Miguel Torga, que nos fala da força de vontade que precisamos ter para conquistarmos os nossos sonhos”.
A apresentação na primeira pessoa foi feita no passado sábado, 6 de junho, pelo próprio Francisco Goiana da Silva na abertura da mostra, a que se associou o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.
Recorrendo a técnicas e materiais diversos, o autor constrói uma série de composições ricas, desconcertantes e que desacomodam o mais íntimo de cada um. O artista “desmonta” as características várias do ser humano “Sísifo”, remetendo o visitante à mitologia antiga e à obra literária de Torga. “São 11 peças que nos transmitem os vários estados de espírito, os vários obstáculos, até sensações de frustração, que acontecem na nossa vida quando batalhamos pelos nossos sonhos”.
Granito, mármore, madeiras nobres, ferro forjado, resinas de poliéster e materiais biológicos vários petrificados, como flores de magnólia, raízes e folhas, foram os matérias utilizados na construção das peças.
Francisco Silva nasceu em Santo Tirso em 1989. Estudou no Instituto Nun’Alvres (Colégio Jesuíta), e concluiu estudos em Medicina em Junho de 2013 na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Começou a experimentar técnicas de escultura aos 10 anos de idade. O escultor e o médico complementam-se. “A expressividade artística foi e é sempre um escape para alguém que, tendo uma vida médica e lidando com doentes, sente essa necessidade de exteriorizar frustrações e carregar baterias.”