De cara lavada, mas sem perder os traços e as memórias que fizeram deste espaço centenário um dos corações fortes da cidade de Vila Nova de Famalicão.
Foi desta forma que a renovada Igreja Matriz reabriu ontem portas à comunidade, depois de um conjunto de obras de restauro e de recuperação que começaram no início de 2015 e que implicaram um investimento total de 780 mil euros.
A cerimónia de inauguração das obras decorreu sob o olhar curioso e expectante de largas centenas de pessoas, tendo contado com as presenças do presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, do Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, entre outras personalidades da vida civil famalicense.
No final de uma cerimónia carregada de simbolismo, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, referiu que "esta intervenção valorizou o espaço citadino e voltou a dar condições para que a Igreja Matriz retome o papel de centralidade que tem na cidade".
O edil elogiou ainda a "audácia e a coragem" de todos quantos se esforçaram para que a obra se concretizasse, referindo-se particularmente ao movimento cívico "Eu Sou Matriz" que mobilizou a comunidade famalicense na angariação de fundos, conseguindo obter mais de 100 mil euros.
Já o Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, confessou ter vivido este domingo em Famalicão uma tarde de grande alegria. "É um momento de grande jubilo, mas ao mesmo tempo de grande responsabilidade para todos. Se é difícil edificar fisicamente uma igreja, mais difícil ainda é construir uma igreja espiritual, uma igreja viva, de comunhão de pessoas responsáveis, que se empenham na vida civil e que estão disponíveis para servir a comunidade".
Para além da recuperação total e restauro do edifício, incluindo o altar barroco, a Capela das Santas Chagas e a Arte sacra, a grande novidade da obra, que contou com um apoio municipal superior a 250 mil euros, foi a criação de um novo altar, um novo ambão e presidência.
As portas exteriores do edifício, considerado um dos mais valiosos do património religioso e cultural do concelho, ganharam novos elementos simbólicos, sendo que uma tem representada a ressurreição de Cristo e outra o anúncio a Santa Maria Madalena.
No interior, o caminho até ao altar representa o caminho dos discípulos no reconhecimento de Jesus. As portas têm também um significado: através da pega em forma de cajado representa-se o peregrino que vai ao encontro de Jesus.
Refira-se ainda que nos anexos foram criadas novas valências: Capela da Esperança (para velórios), a Capela da Misericórdia e sacristia.