Com a curadoria do escritor e pensador Luís Serguilha, as 5.ªs Raias Poéticas decorrerão, nos dias 7 e 8 de outubro, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, afirmando-se sempre como ocasião de "afluentes Ibero-Afro-Americanos de Arte e Pensamento".
O curador dá conta que as Raias levam o nome de Vila Nova de Famalicão a todo o mundo, pelo menos do dos pensadores, já que é nesta cidade que, uma vez por ano, nos últimos cinco anos, têm ocasião de criarem ou estreitarem uma rede de vanguarda mundial.
"As pessoas que participam nas Raias Poéticas fazem-no de forma gratuita e são elas mesmas que pagam as suas viagens", indicou o responsável da organização na conferência de imprensa de apresentação do encontro.
"Porquê preferirem vir cá e não irem a outras iniciativas promovidas por grandes editoras? Porque estas pessoas procuram novos campos de pensamento e prescindem do que já se tornou massificado e vulgar", salientou Luís Serguilha.
"E, mesmo assim, são muitos os que se espantam com o facto de ser em Famalicão que está focalizado este evento e não num grande centro como Lisboa ou Porto", acrescentou, indicando que "Famalicão contribuiu para a destruição da banalização do pensamento".
Durante os dois dias, dezenas de pensadores, maioritariamente, escritores e autores artísticos encontram-se numa mão de mesas redondas que Luís Serguilha aponta designarem-se de “dobras” porque estão «na dobra do pensamento» e que são conduzidas por personalidades que, aqui, não são chamadas de moderadores mas de «surfistas», porque "agem como um surfista num mar gigante de pensamento que não pode ser nunca domado", explicou o curador.
Texto retirado da edição de 28-09-2016 do jornal Diário do Minho
Autor: Álvaro Magalhães