O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão defende uma maior eficácia na disponibilização de terras para cultivo em Portugal. Paulo Cunha diz serem necessárias novas medidas nacionais que facilitem o desenvolvimento de novos projetos empresariais ligados à agricultura que muitas vezes esbarram num problema que para o edil famalicense não deveria existir. “A dificuldade de acesso a solos para a agricultura está a colocar em risco a viabilidade de negócios inovadores e com enorme potencial. Há jovens agricultores, há novos processos agrícolas, há novos produtos que justificam que se faça algo mais, para além das bolsas de terras que já foram criadas, mas cuja eficácia não tem sido a desejada”, argumentou esta segunda-feira, 3 de agosto, durante a visita que efetuou à Mini Kiwi Land no contexto do roteiro Famalicão Made IN.
O proprietário desta produção agrícola de mini kiwis situada em Landim deparou-se justamente com o problema da falta de terrenos agrícolas disponíveis para arrendar e viu-se obrigado a comprar para conseguir arrancar com o projeto.
Paulo Cunha ressalvou que compreende que os proprietários tenham receio do arrendamento de terrenos por períodos demasiado longos, uma vez que os contratos a isso obrigam para que as culturas se tornem rentáveis, mas considera que Portugal precisa de trabalhar mais no sentido de aumentar a disponibilidade de terras para cultivo. “A economia nacional ganhará muito quando o país conseguir desbloquear este problema e criar condições para que haja uma maior utilização das nossas terras”, reiterou.
O autarca indicou mesmo como exemplo a seguir o que a Câmara Municipal a que preside fez no âmbito da recente revisão do Plano Diretor Municipal (PDM). “O novo PDM de Famalicão, que entrará em vigor em breve, aumenta a área destinada à agricultura, correspondendo assim à tradição agrícola que marca o nosso concelho. Mas é preciso fazer mais, nomeadamente do ponto de vista legislativo, algo que está fora do alcance das câmaras municipais”, rematou.