A Revolução do 25 de Abril de 1974 pôs fim ao regime ditatorial do Estado Novo que vigorava em Portugal desde 1933, mas representou também o fim da Guerra Colonial. E é este episódio da história nacional que serve de inspiração a um dos pontos altos das comemorações do 40.º aniversário do 25 de Abril, em Vila Nova de Famalicão. Trata-se da apresentação dos “Lenços das Madrinhas de Guerra”, um produto inovador que combina diversas riquezas do Património Cultural Imaterial do país. Para além da memória de um dos momentos mais difíceis da história portuguesa, os Lenços das Madrinhas de Guerra são também um hino à tradição das bordadeiras.
Bordados em tons de verde, imitando o camuflado militar, sobre o linho, os lenços eternizam poemas e declarações de amor, que serviram de alento e deram esperança a muitos soldados enquanto combatiam na Guerra Colonial. A apresentação dos Lenços das Madrinhas de Guerra está marcada para o dia 25 de Abril, pelas 11h30, nos Paços do Concelho, logo a seguir ao Hastear da Bandeira e Sessão Solene Comemorativa, que decorre pelas 10h00. A iniciativa será animada pela atuação das Contratadeiras, que irão entoar músicas de Abril, num novo registo.
A diversidade das iniciativas é, de resto, a tónica dominante do programa das comemorações dos 40 anos de liberdade, pro movido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Exposições, ateliers, cinema, caminhada, poesia, teatro e música completam assim o rol de atividades.
Nas exposições destaque para a mostra “25 de Abril pintado por personalidades famalicenses”. A Associação Milho d’Oiro convidou 25 personalidades famalicenses, entre as quais o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, o presidente da Assembleia Municipal, Nuno Melo, antigos autarcas, jornalistas e empresários, entre outros, a pintar um quadro sobre o 25 de Abril. O resultado ficará exposto na Casa do Território, sendo que a pintura de Paulo Cunha será leiloada e o valor angariado atribuído a uma Instituição de Famalicão.
Realce ainda para as exposições que ficarão patentes no Museu Bernardino Machado “Vamos a Votos”, no Museu da Industria Têxtil “As Eleições de 1971 no Sindicato Têxtil de Delães” e na Biblioteca Municipal “O 25 de Abril na imprensa famalicense” e “O 25 de Abril em Cartazes”.
Na música referência para o espetáculo “As Portas que Abril abriu”, um tributo a Ary dos Santos, que vai decorrer na sede da Junta de Freguesia de Mogege, no dia 25, pelas 21h30. A Junta de Freguesia de Mogege vai também ser palco da Noite do Conto e Poesia, que se realiza na noite do dia 24, pelas 21h30, com o tema “Páginas de Abril”.
O programa das comemorações conta, este ano, com a participação de várias coletividades, como é o exemplo da Yupi –Youth Union Of People with Initiative que organiza a exposição de fotografia “Mostra-me como foi…”, na Praça D. Maria II; e a Casa ao Lado que participa na organização do atelier de pintura “Pedaços de Abril”, que vai decorrer nos Jardins dos Paços do Concelho.