A captação e formação de jovens médicos, que poderão fazer carreira nos vários serviços, é, neste momento, a principal aposta do Hospital de Famalicão, que quer tornar-se uma referência na prestação de cuidados de saúde na região. Por agora, a formação de médicos ocorre nas especialidades de pediatria e medicina interna, mas a administração do hospital já reuniu condições para que a idoneidade formativa seja atribuída também às especialidades de cirurgia e ortopedia, estando a aguardar que as entidades competentes se pronunciem. A novidade foi avançada, nesta terça-feira, pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, Américo Afonso, num encontro com os jornalistas, depois de uma reunião da administração com o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, para analisar a situação atual do hospital, e de uma visita aos serviços.
Américo Afonso afirmou que a administração do CHMA “está empenhada e concentrada na melhoria da qualidade dos serviços prestados e no reforço de novos especialistas para conseguir dar resposta às necessidades”. Desvalorizando a questão da eventual extinção do CHMA, caso a gestão do Hospital de Santo Tirso seja transferida para a Santa Casa da Misericórdia local, Américo Afonso anunciou a redução dos tempos de espera para a consulta de oftalmologia, que em 2013 chegavam aos dois anos.
“Esta é a nossa grande prioridade”, referiu, salientando que “em 2013, havia cerca de 6 mil utentes em lista de espera”. Entretanto, o hospital contratou dois novos oftalmologistas e os tempos de espera já são inferiores a um ano, mas a aposta é que, até finais de 2015, esse tempo se fixe no máximo em 90 dias.
O responsável esclareceu ainda que, em termos de intervenções, o Hospital precisa essencialmente de “melhorar a qualidade hoteleira e investir na vertente da formação, educação e diferenciação e ainda na área tecnológica”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal mostrou-se “tranquilo” em relação a possíveis mudanças que possam ocorrer no modelo de gestão do Centro Hospitalar. Paulo Cunha referiu que “o importante é que a administração do Hospital de Famalicão mantenha esta preocupação diária com os níveis de qualidade dos serviços médicos prestados à população, independentemente das mudanças que possam ocorrer e que serão analisadas quando se justificar”. E acrescentou: “Fazê-lo antes, sem nada que o justifique é absolutamente extemporâneo até porque, numa eventual reestruturação do CHMA, Famalicão até pode vir a ganhar valências”.
Paulo Cunha disse que o Hospital de Famalicão é “um hospital de referência num concelho de referência”. E em relação às necessidades interventivas, o autarca disponibilizou os serviços da autarquia para colaborar com o hospital na formulação de candidaturas aos apoios comunitários, nomeadamente no âmbito do Portugal 2020.