Os números são recentes e não enganam: entre os meses de janeiro e junho os museus e monumentos nacionais tiveram mais de 1,8 milhões de visitantes. O património cultural e a rica história do país têm atraído cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros. O turismo cultural tem um potencial de crescimento muito grande e também neste capítulo Vila Nova de Famalicão tem muito que oferecer.
Vila Nova de Famalicão dispõe de uma rede museológica rica e singular que projeta a imagem de um concelho culturalmente dinâmico e potencia o seu património cultural como produto turístico de excelência. Dela fazem parte cinco museus municipais que durante o mês de agosto têm horários de abertura alargados e são de entrada gratuita.
A Casa-Museu Camilo Castelo Branco é considerada a maior memória viva de um dos principais romancistas do século XIX. O Museu Ferroviário de Lousado revela a história dos caminhos-de-ferro da primeira metade do século XX. O Museu da Fundação Cupertino de Miranda guarda o mais importante acervo do século XX do Surrealismo em Portugal. O Museu Bernardino Machado revela a personalidade de um dos vultos da memória política do país. O Museu da Indústria Têxtil ajuda a perceber os alicerces históricos de um sector industrial marcante na região.
Neste momento, o Museu da Fundação Cupertino de Miranda tem patente a exposição
“O que Elas nos dão a ver”, com trabalhos de Paula Rego, Graça Morais,
Vieira da Silva, Ilda David e Isabel Meyrelles. Já no Museu Bernardino
Machado pode apreciar a exposição que assinala o centenário da Primeira
Presidência de Bernardino Machado.
Na sua próxima visita a Vila Nova de Famalicão não deixe de visitar os museus municipais. São verdadeiras caixas fortes da identidade famalicense onde está preservada a cultura popular e presente a memória coletiva.
Casa-Museu Camilo Castelo Branco
Foi construída em S. Miguel de Seide, por volta de 1830, com dinheiros amealhados em terras de Vera Cruz por Pinheiro Alves. O romancista instalou-se na casa amarela, no inverno de 1863, onde até ao fatídico dia de 1 de Junho de 1890, num processo febril de criação literária e à custa da tragédia própria e alheia, escreveu grande parte da sua obra, que reflete os traços mais marcantes e genuínos do Portugal oitocentista e da alma portuguesa em todos os tempos. Depois do incêndio de 1915, o imóvel foi reconstruído e transformado, em 1922, em Museu Camiliano, assumindo atual designação nos anos 50 do século XX. É hoje considerada a maior memória viva de Camilo Castelo Branco e uma das mais conhecidas e prestigiadas Casas-Museu de Portugal.
Horário:
Terça a sexta-feira: 10h00 - 17h30 | Sábado e domingo: 10h30 - 12h30 e 14h30 - 17h30
Encerra à segunda-feira e feriados
Entrada gratuita
Museu do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda
Situa-se ao longo da torre, revestida com painéis da autoria de Charters de Almeida, desde o 2º até ao 7º andar. Em 2003 aderiu à Rede Portuguesa de Museus. Entre os bens pessoais que os fundadores doaram à Fundação conta-se um grande número de obras de arte, com destaque para o tríptico “Vida” de António Carneiro, obra-prima da pintura simbolista portuguesa. Especial ênfase também para as obras de autores ligados ao surrealismo português, tais como: Carlos Calvet, Carlos Eurico da Costa, Cruzeiro Seixas, Eurico Gonçalves, Júlio dos Reis Pereira, Manuel D'Assumpção, Mário Botas, Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria, Pedro Oom, Risques Pereira, entre outros. O Museu conta assim no seu acervo, datado maioritariamente do século XX, com uma importante coleção de objetos de arte, composta essencialmente por artistas do Surrealismo português.
Horário:
Segunda a sexta-feira: 10h00 - 12h30 e 14h00 - 18h00 | Sábados e feriados: 14h00 - 18h00
Encerra ao domingo
Entrada gratuita
Museu Bernardino Machado
A ideia de criar um Museu Municipal em homenagem a Bernardino Machado nasce pela primeira vez em 1983. Em 1995, a “Mostra Nacional Bernardino Machado” resulta numa consciencialização de que a existência de espólio, aliada a uma grande motivação, justificam a criação de um museu inteiramente dedicado a esta personalidade. É decidido também que este será instalado no Palacete Barão de Trovisqueira, edifício do século XIX, comprado pela Câmara Municipal em 1988. O Museu Bernardino Machado abriu as suas portas ao público, com a exposição permanente, em 15 de Dezembro de 2001, já com um vasto leque de atividades. A coleção de âmbito temático é constituída pelos seguintes núcleos: fundo documental, monografias, quadros, vestuário, mobiliário, objetos pessoais, artes decorativas, entre outros, do período entre 1835 e 1944.
Horário:
Terça a sexta-feira: 10h00 - 17h30 | Sábado e domingo: 14h30 - 17h30
Encerra à segunda-feira e feriados
Entrada gratuita
Museu da Indústria Têxtil
Está instalado em Vila Nova de Famalicão desde 1987, na antiga Fábrica de Fiação e Tecelagem de Lã – Lanifícia do Outeiro, em Calendário, e possui uma magnífica coleção de cerca de meia centena de máquinas têxteis, representativas de várias épocas e dos diferentes processos da produção, as quais foram doadas por várias empresas têxteis da Bacia do Ave e do país. São disso exemplo a Carda de Fiação (1959), o Tear de Fitas Jacquard (1969) e o Tear de Gaze Hidrófila (primeira metade do século XX).
Horário:
Terça a sexta-feira: 10h00 - 17h30 | Sábado e domingo: 14h30 - 17h30
Encerra à segunda-feira e feriados
Entrada gratuita
Museu Ferroviário de Lousado
Ocupa a totalidade do original complexo oficinal da Companhia dos Caminhos de Ferro de Guimarães (1883/1927) com cerca de 1400 m2. O projeto de arquitetura e restauro respeitou as tipologias, as funções e os materiais construtivos dos edifícios, hoje com lugar de destaque no âmbito da arqueologia industrial. A implementação do museu desenvolveu-se com base nas boas práticas da museologia contemporânea, sujeita a um programa que contempla áreas públicas e privadas, com espaços condignos de acolhimento de público, loja, visitas guiadas e garantia da mobilidade de todos os visitantes e funcionamento regular, que permite a fruição de um espólio ímpar no país. A exposição do material circulante, organizada cronologicamente, tem por objetivo mostrar comboios de diversos tipos. O material construído entre 1875 e 1965 é oriundo de oito companhias e foi adquirido em seis países a quinze construtores.
Horário:
Terça a sexta-feira: 10h00 - 17h30 | Fim-de-semana e feriados: 14h30 - 17h30
Entrada gratuita