O Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse ontem em Vila Nova de Famalicão que o Governo de Portugal “está consciente e solidário com os empresários locais” sobre o problema do estrangulamento da Estrada Nacional 14 que afeta importantes zonas industriais dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Trofa e Maia.
De visita ao concelho famalicense para conhecer de perto o trabalho da autarquia na área da economia, a inovação dos dois centros tecnológicos sediados no concelho (CITEVE E CeNTI) e a força exportadora do município através de uma visita à Continental Mabor, em Lousado, e de um encontro com empresários da zona sul do concelho, o governante, que se fez acompanhar pelo Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, ouviu, da parte dos empresários, manifestações de grande preocupação pelo facto de as infraestruturas rodoviárias não estarem a corresponder às necessidades das empresas, estando mesmo a comprometer investimentos desejados e planeados.
A este propósito, Pedro Carreira, Presidente do Conselho de Administração da Continental Mabor, a quarta maior empresa exportadora do país e que diariamente debita para esta Estrada Nacional 400 camiões TIR, procurou sensibilizar o responsável pela pasta da Economia para a necessidade dos governantes olharem para as empresas que já cá estão e que querem crescer. “Saúda-se a preocupação dos governos em procurar atrair novos projetos empresariais estrangeiros, mas é igualmente importante não esquecer os que já cá estão e dar-lhes condições de crescimento”, disse o responsável pela Continental, adiantando que a empresa está a preparar um conjunto de novos investimentos para Lousado, “como o tem feito desde que se instalou em Portugal, já no longínquo ano de 1948, na altura como MABOR”.
Atualmente a unidade fabril de Lousado da Continental tem uma faturação superior a 800 milhões de euros e produz mais de 17 milhões de pneus por ano nas gamas de
14 a 20" . Para chegar até aqui foi preciso um investimento que já chega aos 600 milhões de euros nas últimas duas décadas, principalmente desde que a multinacional alemã Continental se tornou acionista único da empresa.
Para além da Continental, estão sediadas na mesma zona empresas como a Leica, Cup&Saucer, Grupomar, Caixiave, Tiffosi, Salsa, Tesco, Arga Tintas, entre muitas outras.
Aos empresários o Ministro da Economia lembrou que o atual quadro comunitário, o Portugal 2020, não reserva grande margem para investimento nas infraestruturas rodoviárias, mas, disse, “isso não significa que não possa ser feito”.
O Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, aproveitou a deixa para sinalizar a consciência e a sensibilidade que sente que o atual Governo do país tem para com o problema, evidenciado no facto de ter dado luz verde para a abertura de concurso publico para fundos comunitários para projetos onde encaixa a solução apresentada para a Nacional 14 pelo Governo e que viabiliza a candidatura às duas intervenções que são responsabilidade do município e que complementam a intervenção prevista pela Administração Central.