“Fiquei tão feliz com este programa da Câmara Municipal, que até as minhas colegas no trabalho notaram a minha felicidade e ficaram também contentes”. É desta forma, visivelmente satisfeita, que Paula Pereira, mãe de Simão, um jovem de 16 anos que sofre de várias deficiências, define o novo programa ocupacional para crianças com necessidades educativas especiais permanentes, promovido pela autarquia famalicense, em colaboração com diversas instituições, para as férias da Páscoa. As Férias Especiais estão a decorrer desde o dia 23 de março e até 2 de abril, na Escola EB 2, 3 Júlio Brandão e contam com a presença de oito crianças e jovens oriundas dos Agrupamentos D. Sancho I e Camilo Castelo Branco.
Para Paula Pereira “esta é uma iniciativa muito importante, pois não há respostas para ocupação de tempos livres para estas crianças”. E se o Simão não estivesse aqui? Estava em casa com a mãe, que teria que pedir baixa, como das outras vezes, explica Paula Pereira, acrescentando que “o dia todo em casa acaba por ser saturante tanto para mim como para ele. Aqui está muito melhor”, afirma. Também Celeste Sá, mãe de André, um jovem de 17 anos, com paralisia cerebral, teria de pedir baixa e ficar em casa com o filho, não fosse este programa. “Assim, as férias da Páscoa são muito melhores para ele e para nós”.
Ao longo do dia, as crianças desenvolvem diversas atividades em conjunto com duas terapeutas que trabalham habitualmente com elas, explorando os sentidos e as sensações e também em atividades de relaxamento. O programa surge de uma congregação de esforços que envolve para além da autarquia, os agrupamentos de escolas Camilo Castelo Branco, (que cede o espaço através da Escoal Júlio Brandão), D. Sancho I, Ribeirão, D. Maria II, Gondifelos e Pedome que cedem pessoal não docente. Diretamente envolvidos no programa estão ainda Rosário Ferreira que é coordenadora do ensino especial no Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, as terapeutas dos agrupamentos de escolas do concelho, a ACIP, Cooperativa de Intervenção Psico-Social, C.R.L., e o Centro Social de Ribeirão, para além dos pais e encarregados de educação que desenvolvem diversas atividades com as crianças, desde ajudar na hora do almoço a outras. A autarquia apoia ainda com o transporte e as refeições.
Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, a concretização deste projeto só é possível graças “ao envolvimento e empenho de toda a comunidade educativa, não só na cedência do espaço, como no acompanhamento ao nível profissional”. E acrescenta: “Trata-se de uma boa conjugação de esforços, pois só assim é possível ajudar estas famílias que têm no seu seio estes adolescentes e jovens com deficiências profundas, que nestas pausas letivas sofrem com o facto de não terem condições para que ser tratados com dignidade”.
O autarca salientou ainda que esta iniciativa “é um passo bem dado e o sucesso desta edição é o mote que precisamos para repetir este processo noutras ocasiões, porque estas famílias precisam muito deste apoio”.