Orientados por Pedro Chagas Freitas, fenómeno literário e autor do bestseller “Prometo Falhar”, oitenta alunos de cinco escolas do 4º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico de Vila Nova de Famalicão aventuraram-se no mundo da escrita e escreveram um conjunto de contos que foram publicados num livro apresentado neste Dia Mundial da Criança, na Casa de Camilo – Centro de Estudos, em Seide.
O resultado final é, contudo, o que menos interessa. Pedro Chagas Freitas e os seis professores que acompanharam os pequenos escritores destacam sobretudo o processo que envolveu a redação e ilustração dos contos e que familiarizou as crianças com o mundo dos textos e da leitura.
O ponto de partida para a imaginação dos alunos foi este ano a leitura do livro de Camilo Castelo Branco “A Sereia”, 150 anos após a sua publicação. O atelier de escrita criativa é um desafio lançado anualmente pela Casa Museu Camilo Castelo Branco a um conjunto de escolas do 1º ciclo, tendo sempre por base uma obra do escritor que escreveu em Seide S. Miguel algumas das mais belas páginas da literatura portuguesa.
“O gosto pela escrita traz mais apetência para a leitura”, assinalou o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, reconhecendo a importância do projeto “enquanto impulsionador da criatividade dos mais novos e do fomento de hábitos de escrita e leitura que são essenciais ao seu processo de formação”.
O projeto é desenvolvido pela Casa de Camilo desde 2007, no âmbito do seu plano de atividades educativas, e já proporcionou a cerca de mil crianças famalicenses o contacto com o mundo da escrita criativa.
A avaliar pelos testemunhos dos professores que este ano estiveram envolvidos neste processo, o desafio tem o condão de entusiasmar as crianças que, confessaram, ao longo do período em que trabalharam o conto, aguardavam com espectativa a chegada do Pedro Chagas Freitas para libertarem a imaginação. O testemunho dos docentes era até dispensável, pois foi notória na cerimónia de apresentação do livro a empatia gerada entre o escritor Pedro Chagas Freitas e os 80 pequenos escritores de Famalicão.
“Esta é também uma forma de fazer felizes as crianças”, assinalou Paulo Cunha, aproveitando o enquadramento do Dia Mundial da Criança para reafirmar a intenção da autarquia em “proporcionar um ambiente favorável ao crescimento e à formação das crianças de Famalicão.”