“As oportunidades de emprego não podem ser desperdiçadas”. A máxima expressa pelo Secretário de Estado do Emprego ontem na inauguração da Academia de Formação de Famalicão do IEFP reflete o principal objetivo desta nova infraestrutura formativa que nasce da convergência de vontades entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Câmara Municipal, o CITEVE e um conjunto de empresas famalicenses.
Situada na antiga escola primária de Abade de Vermoim, cujas instalações a autarquia cedeu ao IEFP, a Academia vai contribuir para a qualificação de jovens e adultos, ajudando a colmatar a falta de quadros intermédios que as empresas da região precisam.
Octávio Oliveira e Paulo Cunha foram unânimes nas palavras de elogio ao trabalho concertado entre as envolvidas em torno deste projeto formativo. “Conjugação de vontades de enorme importância para o país”, disse o governante. “Enorme convergência para um dia que representa um marco relevante para o futuro do concelho de Famalicão”, afirmou, por seu lado, o edil famalicense. Mas também o Presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Jorge Gaspar, o Presidente da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, Gonçalo Xufre, e o Diretor do Centro de Emprego do Baixo Ave – Serviço de Emprego de Famalicão, Domingos Sousa, convergiram nesse sentido. “Este projeto nasce de baixo para cima e consegue congregar vontades de serviços públicos e empresas”, sublinhou Gaspar.
Nesta fase inicial, a Academia de Formação de Famalicão do IEFP, estrutura que integra a rede nacional de centros de formação profissional deste instituto, está vocacionada para a formação tecnológica nas áreas do têxtil e vestuário, mas num futuro próximo vai também alargar o âmbito para os sectores agroalimentar, metalúrgico e metalomecânico e de transformação de pedra.
O curso de arranque, um projeto piloto de formação base em costura, assenta numa parceria com o CITEVE que, para além de disponibilizar os meios técnicos, é também responsável pela componente pedagógica através dos seus especialistas.
Os equipamentos necessários são cedidos por sete empresas do concelho (Sonicarla Europa, Scorecode, Green Dolphin, Carluc, Têxtil Nortenha, Malhinter e Coindu), sendo também elas recetoras de estagiários para a formação em contexto de trabalho e futura contratação.
Ao IEFP cabe o recrutamento de candidatos e o financiamento da formação, enquanto que à Câmara de Famalicão compete o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências nas vertentes escolar, profissional ou de dupla certificação através do Centro para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP).
O Secretário de Estado do Emprego agradeceu a todas as entidades a “atitude e disponibilidade demonstradas”, pormenorizando: “A Câmara de Famalicão tem um pensar lúcido e estratégico em relação às questões da educação e formação”.
Paulo Cunha retribuiu ao Governo de Portugal, na pessoa de Octávio Oliveira, a “confiança depositada nas instituições”. E referiu-se à Academia de Formação como um “projeto de grande importância para os famalicenses, para as empresas e para sectores relevantes da economia portuguesa”. Ou seja, enfatizou, “é a demonstração clara de que está ao nosso alcance combater o desemprego estrutural e criar condições de empregabilidade”.
Em abril de 2015, Vila Nova de Famalicão verificou uma descida acentuada da taxa de desemprego, com 7.048 desempregados inscritos, o que significa que o concelho regista um desemprego estrutural, isto é, não está diretamente associada ao contexto de crise económica que o país atravessa desde 2008.