portal da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco.
O acervo que reúne no total 1500 documentos, que retratam as várias
formas de luta travada contra o regime fascista no concelho famalicense e
na região, ficou disponível este sábado, num momento simbólico, que
decorreu no âmbito das comemorações do 41.º aniversário do 25 de abril,
na Biblioteca Municipal. A sessão que ficou marcada pela presença de
várias figuras famalicenses ligadas à oposição democrática e familiares
serviu também para recordar e partilhar factos, memórias e peripécias
deste período conturbado da história nacional. " />
Biblioteca Digital mostra as várias formas de luta contra o fascismo
22-04-2015
A Biblioteca Digital “A oposição democrática em Vila Nova de Famalicão” já está online, através do portal da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco. O acervo que reúne no total 1500 documentos, que retratam as várias formas de luta travada contra o regime fascista no concelho famalicense e na região, ficou disponível este sábado, num momento simbólico, que decorreu no âmbito das comemorações do 41.º aniversário do 25 de abril, na Biblioteca Municipal. A sessão que ficou marcada pela presença de várias figuras famalicenses ligadas à oposição democrática e familiares serviu também para recordar e partilhar factos, memórias e peripécias deste período conturbado da história nacional.
Para já estão disponíveis para consulta cerca de 900 documentos, nomeadamente cartas, fotografias, panfletos, relatórios, circulares, requerimentos, entre outros, de um total de mais de 1500 testemunhos datados entre 1945 e 1974 e que mostram bem quais foram as movimentações e a ações da oposição democrática no concelho e na região.
Os documentos integram os espólios doados à Biblioteca Municipal por um conjunto de personalidades locais ligadas à oposição do regime, nomeadamente, Joaquim Loureiro, Armando Bacelar, Margarida Malvar, Macedo Varela, João Ribeiro, Manuel F. Cunha, Eduardo Ribeiro, José Santos Ferreira Reis e Artur Sá da Costa.
Para Margarida Malvar, que integrou as listas do distrito de Braga às eleições legislativas de 1969, esta ferramenta digital é “de grande importância para preservar a memória deste ideal, mas também porque transmite às novas gerações estes testemunhos da nossa história”.
Também Artur Sá da Costa, que para além de doar o seu espólio à Biblioteca Digital está a coordenar este projeto, salientou a importância da preservação da memória, adiantando que “este é o primeiro passo de um processo que pretende reunir outros espólios da Oposição Democrática, que estão patentes no Museu Bernardino Machado e no Arquivo Municipal Alberto Sampaio”. Sá da Costa que ocupava antes do 25 de abril o cargo de Alferes Miliciano no Movimento das Forças Armadas, salientou ainda que a apresentação da Biblioteca Digital significa “um marco histórico para o estudo das lutas pela liberdade e pela democracia não só no distrito de Braga, mas no país”.
A cerimónia contou também com a participação do vereador da Educação e Conhecimento, Leonel Rocha, que destacou a importância “destes documentos históricos, que refletem a luta destas gentes que acreditaram e que durante anos criaram o ambiente para a democracia e para a liberdade”. O autarca assinalou que com esta Biblioteca Digital “estamos a acautelar o futuro, preservando a memória para que seja mais fácil transmitir às novas gerações os verdadeiros valores de Abril”. Leonel Rocha agradeceu ainda “o empenho e o trabalho de todos os doadores”, referindo que “é uma sorte para Famalicão ter este conjunto de pessoas que intervieram e travaram esta luta”.
Refira-se que entre os vários documentos doados estão, por exemplo, uma carta que Álvaro Cunhal escreveu a partir da Penitenciária de Lisboa ao advogado famalicense Armando Bacelar, fazendo a sua defesa em 4 de janeiro de 1956, uma carta datilografada e assinada por Mário Soares a comunicar também a Armando Bacelar o fim das relações pessoais e políticas que os uniam, datada de julho de 1969, ou ainda uma fotografia icónica do dia 1 de junho de 1958, com a rua Adriano Pinto Basto, no centro de Famalicão, apinhada de gente à espera de Humberto Delgado, aquando da sua anunciada vinda ao norte, o que não se verificou por ter sido detido pela PIDE em Coimbra.
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25-04-2015 Biblioteca Digital mostra as várias formas de luta contra o fascismo Imagens: FAMA TV
Biblioteca Digital mostra as várias formas de luta contra o fascismo
22-04-2015
A Biblioteca Digital “A oposição democrática em Vila Nova de Famalicão” já está online, através do portal da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco. O acervo que reúne no total 1500 documentos, que retratam as várias formas de luta travada contra o regime fascista no concelho famalicense e na região, ficou disponível este sábado, num momento simbólico, que decorreu no âmbito das comemorações do 41.º aniversário do 25 de abril, na Biblioteca Municipal. A sessão que ficou marcada pela presença de várias figuras famalicenses ligadas à oposição democrática e familiares serviu também para recordar e partilhar factos, memórias e peripécias deste período conturbado da história nacional.
Para já estão disponíveis para consulta cerca de 900 documentos, nomeadamente cartas, fotografias, panfletos, relatórios, circulares, requerimentos, entre outros, de um total de mais de 1500 testemunhos datados entre 1945 e 1974 e que mostram bem quais foram as movimentações e a ações da oposição democrática no concelho e na região.
Os documentos integram os espólios doados à Biblioteca Municipal por um conjunto de personalidades locais ligadas à oposição do regime, nomeadamente, Joaquim Loureiro, Armando Bacelar, Margarida Malvar, Macedo Varela, João Ribeiro, Manuel F. Cunha, Eduardo Ribeiro, José Santos Ferreira Reis e Artur Sá da Costa.
Para Margarida Malvar, que integrou as listas do distrito de Braga às eleições legislativas de 1969, esta ferramenta digital é “de grande importância para preservar a memória deste ideal, mas também porque transmite às novas gerações estes testemunhos da nossa história”.
Também Artur Sá da Costa, que para além de doar o seu espólio à Biblioteca Digital está a coordenar este projeto, salientou a importância da preservação da memória, adiantando que “este é o primeiro passo de um processo que pretende reunir outros espólios da Oposição Democrática, que estão patentes no Museu Bernardino Machado e no Arquivo Municipal Alberto Sampaio”. Sá da Costa que ocupava antes do 25 de abril o cargo de Alferes Miliciano no Movimento das Forças Armadas, salientou ainda que a apresentação da Biblioteca Digital significa “um marco histórico para o estudo das lutas pela liberdade e pela democracia não só no distrito de Braga, mas no país”.
A cerimónia contou também com a participação do vereador da Educação e Conhecimento, Leonel Rocha, que destacou a importância “destes documentos históricos, que refletem a luta destas gentes que acreditaram e que durante anos criaram o ambiente para a democracia e para a liberdade”. O autarca assinalou que com esta Biblioteca Digital “estamos a acautelar o futuro, preservando a memória para que seja mais fácil transmitir às novas gerações os verdadeiros valores de Abril”. Leonel Rocha agradeceu ainda “o empenho e o trabalho de todos os doadores”, referindo que “é uma sorte para Famalicão ter este conjunto de pessoas que intervieram e travaram esta luta”.
Refira-se que entre os vários documentos doados estão, por exemplo, uma carta que Álvaro Cunhal escreveu a partir da Penitenciária de Lisboa ao advogado famalicense Armando Bacelar, fazendo a sua defesa em 4 de janeiro de 1956, uma carta datilografada e assinada por Mário Soares a comunicar também a Armando Bacelar o fim das relações pessoais e políticas que os uniam, datada de julho de 1969, ou ainda uma fotografia icónica do dia 1 de junho de 1958, com a rua Adriano Pinto Basto, no centro de Famalicão, apinhada de gente à espera de Humberto Delgado, aquando da sua anunciada vinda ao norte, o que não se verificou por ter sido detido pela PIDE em Coimbra.