Cativar os alunos para a escola através do teatro, dos clubes aventura e outras atividades, envolver professores, alunos e instituições neste processo de contaminação positiva pela escola, fomentar o gosto pelo estudo e pela formação. É este o segredo do sucesso do programa piloto “Acompanhar”, implementado em finais de 2015 pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em várias escolas do concelho e que já conta com uma adesão de mais de 300 alunos e 16 instituições parceiras envolvidas. O “segredo” foi desvendado esta segunda-feira, pelo vereador da Educação da autarquia, Leonel Rocha, durante o primeiro Encontro Concelhio de Partilha de Boas Práticas de Projetos de Inclusão em Contexto Escolar que decorreu na Escola Secundária Camilo Castelo Branco.
De acordo com o responsável trata-se de um “programa criado em Vila Nova de Famalicão com o objetivo de colmatar as falhas que as escolas apontavam no contexto de insucesso de alguns alunos”. E explica: “Não quisemos pegar num programa já existente e dá-lo como receita para todas as escolas, o que fizemos primeiro foi conhecer bem a realidade de cada escola, aproveitar bem essa realidade numa lógica de partilha entre escolas e depois caso a caso desenvolver a metodologia considerada mais adequada”.
Neste sentido, o que diferencia o programa “Acompanhar” de outro é precisamente a metodologia que passa por “dar uma resposta menos académica ou menos curricular, saindo daquelas ações mais voltadas para o estudo acompanhado e mais aulas de apoio, para conseguir cativar os alunos para a escola e potenciar o seu sucesso”.
É neste âmbito, que estão a ser implementadas diversas ações, conforme o contexto e que vão desde a ‘Sala Mais’, na Escola de Gondifelos, que se traduz num espaço mais atrativo para os jovens, ao programa ‘ADN’ que desenvolve a tutoria de jovens, ou seja, grupos de alunos que se ajudam mutuamente, através de áreas como o teatro e a filosofia, mas também a mentoria com professores ou pessoas significativas da comunidade.
Toda a comunidade escolar está envolvida no programa, não apenas os alunos em risco, mas também os outros alunos, que trabalham no sentido de ajudar a alavancar as potencialidades e as mais-valias que quem está prestes a desistir da escola.
Leonel Rocha assegura que os resultados positivos do “Acompanhar” já se sentem e exemplifica com os cursos vocacionais que estão a funcionar em quatro escolas - três profissionais mais a escola de Pedome - que tiveram esta metodologia implementada desde o início do ano e cujos resultados estão à vista. “Nota-se um interesse pela escola, uma melhoria e o consequente sucesso desses alunos nos cursos que frequentam” refere.
O Programa Acompanhar tem uma Equipa Técnica Multidisciplinar própria com autonomia pedagógica que está responsável pela implementação das respostas educativas previstas no programa. Além disso, cada estabelecimento de ensino nomeia o seu Comissário, que se responsabiliza pela implementação e supervisão do programa no seu estabelecimento de Ensino em estreita colaboração com a Equipa Pedagógica do Programa Acompanhar.